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G.I. Joe precisa mais de uma série do que de um filme Crossover com Transformers para voltar a brilhar

Saudações Cybertronianas...

Matéria Originalmente: Universo Cinema



Apesar de G.I. Joe ter quase quatro décadas e possuir três filmes , a franquia ainda é definida principalmente pela série dos anos 1980: G.I. Joe: A Real American Hero. A série exalava os sentimentos da época e a linha de brinquedos foi traduzida em uma linha de quadrinhos e desenhos animados de sucesso. Entrentanto, infelizmente, não teve o mesmo sucesso que Transformers ao chegar ao cinema, ao ser revitalizada para a nova geração, tendo a próxima aparição cinematográfica planejada com um crossover com os Robôs Disfarçados.


No entanto, isso pode não funcionar por vários motivos, uma vez que poderia prejudicar a própria franquia G.I. Joe, que possui uma trajetória e arco histórico singular, ainda que em alguns momentos - muito raros - tenha figurado junto a Transformers.


Um caminho melhor seria dar aos Joes seu próprio espaço - uma série live action, por exemplo -, usando o aumento do tempo de exibição para desenvolver heróis e vilões, ara aí sim, novamente se aventurar nas telonas.


Crossover de Transformers e G.I. Joe pode resolver o maior problema dessa última franquia nos cinemas, já que Transformers são já há muito tempo a favorita dos fãs, mas essa resultação seria momentânea se não for efetivamente trabalhado em um Universo Cinematográfico Compartilhado como nos moldes dos personagens da Marvel.


Ainda que o final de Transformers: Rise of the Beasts tenha feito uma rápida e inesperada junção dos universos das franquias - ao invés de aproveitar os grupos anteriores Sector 7 (2007 | 2018) e N.E.ST. (2009 | 2011) -, um crossover está longe de criar a mesma sinergia tida nos filmes de super-heróis (Lembrando que nem mesmo a DC Comics até hoje, mesmo tendo personagens muito mais cultuados e conhecidos do público em geral, não conseguir acertar na receita cinema e séries).


Os Joes nunca havia sido mencionados nos filmes de Transformers... N-U-N-C-A! Nem no "Bayverse" e nem mesmo no - reboot que não é reboot - “Knightverse”.





De acordo com o produtor da franquia, Lorenzo di Bonaventura, o crossover Transformers x G.I. Joe ocorrerá já no próximo filme dos cybertronianos, mas ainda não se sabe como ou mesmo qual versão de Joes será essa, especialmente porque os filmes anteriores foram grandes fracassos de bilheterias.



Mesmo que seja uma versão reiniciada da equipe, isso pode ser uma receita para a decepção em relação à marca. G.I. Joe é uma franquia totalmente separada de Transformers, com personagens icônicos e conceitos próprios. Ao fazer com que esses heróis e vilões co-estrelem no próximo filme Transformers, corre-se o risco de consolidar G.I. Joe como a “franquia menor”.


É quase impossível se preocupar com o que parecerá uma “organização terrorista aleatória” Cobra quando a ameaça dos Decepticons estiver por aí. Os Transformers parecerão um conceito “mais legal” para o público e a ameaça alienígena muito mais importante do que o conflito humano. Assim, qualquer esperança de histórias militares e de espionagem de G.I. Joe é bastante discutível, caso não consiga despertar a atenção do público em geral.


Outra questão é que Transformers terão que ser enfraquecidos para que não afastem facilmente do potencial militar humano e esse tipo de enfraquecimento dos cibertronianos já era uma grande crítica aos filmes diregidos por Michael Bay, e repeti-lo apenas mostrará o quanto essas franquias não se encaixam.


Os crossovers anteriores de Transformers x G.I. Joe nunca foram importantes para fortalecimento dessas franquias. Dessa forma, ainda que cruzamentos entre G.I. Joe e Transformers tenham funcionado no passado, para muitos fãs, então, ela poderia funcionar também no cinema. Contudo, o problema com esse raciocínio é que ele elimina as nuances da natureza desses cruzamentos. Por exemplo, os desenhos animados da Sunbow dos anos 1980, The Transformers e G.I. Joe: A Real American Hero, estavam na mesma continuidade, mas quase não havia sobreposição entre os dois: as exceções a essa regra aconteceram na 3ª temporada da série com a aliada humana Marissa Fairborn, filha dos membros do G.I. Joe, Flint e Lady Jaye. Da mesma forma, houve também um episódio que apresentou um vilão chamado “Old Snake” que era claramente uma versão idosa do Comandante Cobra.



Mesmo nos quadrinhos, as duas franquias não interagiam com frequência ou causavam impactos duradouros uma na outra, isso com ambas compartilhando muitas vezes entre si uma continuidade histórica, como por exemplo, a organização terrorista Cobra fornecendo ao líder dos Decepticons, um novo corpo, isso é, a forma alternativa de tanque vista em Transformers: Geração 2. Entrentanto, ironicamente, essa é mais uma prova de que os dois deveriam permanecer quase totalmente separados, já que G.I. Joe durou mais do que Transformers nas revistas em quadrinhos: A história em quadrinhos Transformers: Geração 2 começou em 1993 e terminou no ano seguinte. Em outras palavras, Transformers teve que ser relançado junto com G.I. Joe: A Real American Hero que ainda estava (um pouco) forte na época, sendo, portanto, a prova de que os dois universos não estão tão intrinsecamente ligados como alguns fazem parecer e que mesmo hoje precisam de espaços individuais para que possam se desenvolver separadamente antes de se unificarem.


Uma série seria o melhor caminho a seguir para G.I. Joe. Aproveitar o streaming para tornar conhecida do público em geral e assim fortalecer a franquia. A melhor maneira de trazer a franquia volta aos holofotes não é através de um filme, muito menos um que faça a marca compartilhar o tempo de exibição com outra marca maior. Em vez disso, deveriam considerar reiniciar G.I. Joe como uma série, já que permitiria que todos os membros icônicos dos Joes e do Cobra tivessem tempo de tela suficiente para um desenvolvimento adequado, tornando-os conhecidos e ajudando a captar uma nova geração de fãs.

Assim como Transformers, é indiscutível que o objetivo original de G.I. Joe: A Real American Hero era vender brinquedos. Assim, os personagens foram amplamente apresentados de forma a vender diferentes conceitos e isso acabou levando a produtos bastante ridículos.

 

Uma série pode evitar esse problema, já que tendo tempo de tela suficiente é possível trazer histórias de fundo e como elas mudam ao longo das muitas batalhas com organização Cobra.  Várias temporadas podem realmente mudar a equipe e focar em diferentes grupos de membros de G.I. Joe, mantendo o foco principal em membros como Duke, Flint, Scarlett, Snake Eyes e Hawk; com o mesmo se aplicando aos personagens Cobra, como Baronesa, Destro, a gangue de motociclistas conhecida como Dreadnoks, os gêmeos Tomax e Xamot. Esses tipos de histórias e seus caminhos narrativos não conseguiriam ser trazidos e feitos com justiça em um filme de 2 horas, divididos com outra franquia, dessa forma, ter uma série como a forma principal de apresentação, seria a melhor maneira de introduzir G.I. Joe em um universo cinematográfico compartilhado com Transformers.


O método ‘Star Trek’ é perfeito para G.I. Joe. Ainda que a Paramount queira a franquia  no cinema, isso poderia ser conciliado com uma potencial série de streaming, seguindo o que foi feito com Star Trek. No caso, os filmes baseados em Star Trek: The Original Series e Star Trek: The Next Generation, foram essencialmente spinoffs dos programas veiculados como série, os quais introduziram personagens e conceitos básicos, permitindo que os filmes utilizassem personagens pré-estabelecidos para a contação de novas histórias. Os filmes tiveram a mesma continuidade das séries, mas foram feitos de uma forma tal que os espectadores já estavam familiarizados com os personagens do longa-metragem e, ao mesmo tempo, raramente eram tão isolados a ponto de aqueles que nunca assistiram aos programas ficarem perdidos quanto ao enredo e aos membros do novo elenco.

Talvez esse seja o caminho perfeito para G.I. Joe, já que os filmes e séries podem se concentrar ainda mais nos diferentes membros da equipe. Os personagens podem se mover entre as duas narrativas midiáticas e com isso até mesmo trazer temas mais fortes e contemporâneos, seguindo-se uma escrita “estilo novela” aos moldes daquela introduzida por Larry Hama e que tornaram os quadrinhos G.I. Joe tão bem-sucedidos anos atrás, enquanto os filmes poderiam ficar mais baseados em uma ação bombástica aos moldes do Bayverse, que tanto agradam a grande massa não-fã.


Honestamente, G.I. Joe precisa mais de uma série do que de um filme Crossover com Transformers para voltar a brilhar. Essa parece ser a única maneira de fazer justiça aos muitos personagens icônicos de G.I. Joe, pois, caso contrário, eles passarão despercebidos e esquecidos nas memórias daqueles que assistiram a série original, uma vez que, os Joes simplesmente não recebem a mesma quantidade de adaptações e novas continuidades que Transformers, deixando, assim, poucas chances de ter fielmente representado muitos de seus elementos em um filme de alguns poucos minutos. Ao ter uma nova série não precisaria estar necessária e totalmente desvinculada de Transformers, G.I. Joe poderia finalmente lutar pela liberdade onde quer que haja problemas, sendo uma oportunidade para atuar, então, conjuntamente na batalha entre Autobots e Decepticons.

 

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